Há poucas décadas atrás, Manoel Bomfim era considerado um
intelectual quase desconhecido. Uma situação que se transformou
rapidamente, pois, em 2021, é possível verificar que sua obra e
trajetória foram alvo de muitos estudos, todos reconhecendo a
importância e influências de suas contribuições, tanto para seus
contemporâneos como para a História e as Ciências Sociais do
Brasil. É a esse seleto conjunto de textos que este livro vem se agregar,
selecionando uma dimensão específica de seu trabalho, ainda
pouco frequentada: a escrita da História de Bomfim. Intelectual de
pensamento original e polêmico, que produziu durante a Primeira
República, ele se tornou uma referência necessária, pela recusa
às teses cientificistas do determinismo racial e climático para
explicar o “atraso” do país. Sua proposta interpretativa, centrada em
varáveis políticas e sintetizada pelo que chamou de “parasitismo”
dos colonizadores na exploração dos colonizados, mobilizou e ainda
pode mobilizar corações e mentes.
Mas Bomfim nos deu outra valiosa contribuição, afinada com tal
interpretação, e voltada para a disciplina História do Brasil. Nesse
caso, tratava-se de afastar um modelo narrativo orientado pela e
para a metrópole portuguesa, ignorando ou subestimando uma
história feita por “brasileiros” com sentido, eventos e personagens
nacionais, incontornável após a proclamação da República. Ele
propunha – e não fazia isso sozinho, vale ressaltar – uma mudança
político-cultural na perspectiva da escrita da História do Brasil,
o que envolvia batalhas de memória igualmente longas e difíceis.
Uma tarefa que marcou sua trajetória de intelectual engajado, que
Carolina se propõe a analisar, atenta à sua linguagem e municiada
pelo instrumental da história da historiografia.
Dimensões:
23x15,5 cm
Páginas:
328
Edição:
1ª
Coleção:
ETHOS - Nosso Clube
Volume:
8
Primeiras páginas:
PDF
Manoel Bomfim e a escrita da história como orientação
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